Apresentação

O projeto do Dicionário de Nomes em uso no Brasil vem sendo desenvolvido na Universidade de Brasília (em parceria com pesquisadores de outras instituições nacionais e internacionais) desde dezembro de 2017.

A realização dessa pesquisa tem por objetivo dar conta de uma lacuna acerca da onomástica brasileira que, se permitíssemos, viria a se tornar secular.

Muito embora a antroponímia seja um campo privilegiado de investigação linguística, uma vez que provoca a inter-relação entre questões de ordem social, cultural, histórica, semântica e etimológica, pode-se considerar ainda relativamente parco o conhecimento acadêmico que se tem acerca do léxico onomástico pessoal e, mais precisamente, da antroponímia brasileira, que, por sua vez, possui características bem peculiares se comparada, por exemplo, ao sistema antroponímico individual português.

O Brasil inovou o seu quadro onomástico pessoal em diferentes perspectivas e os materiais lexicográficos que temos disponíveis hoje não chegam nem perto de refletir o cenário dos prenomes em uso no país atualmente.

Especificamente, em relação às obras lexicográficas mais completas referentes aos antropônimos podemos mencionar apenas o Dicionário etimológico da língua portuguesa: nomes próprios, do brasileiro Antenor Nascentes, datado de  1952, e o Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa, de José Pedro Machado, português, do ano de 1981. Em nenhuma dessas duas obras pode-se ver retratado o rumo muito peculiar que o processo de nomeação ao indivíduo acabou por tomar no Brasil.

Dicionário de nomes do Brasil, bem como o Morfemário de formativos de prenomes brasileiros, produtos lexicográficos disponibilizados por essa pesquisa, pretendem atender tanto ao público acadêmico quanto ao público em geral. O projeto segue uma metodologia baseada em pressupostos da lexicografia, lexicologia, onomástica e morfologia, uma vez que, para além de dar conta dos nomes em uso no Brasil, o projeto também visa oferecer uma lista de entradas referentes aos formativos mais recorrentes para a criação de nomes neológicos no país, descrevendo o seu comportamento genolexical, seu étimo e sua produtividade.