Morfemário

m. e f. ► Do árabe Abd,  ‘servo’; ou do hebraico  Ab,  ‘pai’ou splinter a partir de prenomes tradicionais.  Nomes tradicionais: Abdias, Abdiel, Abdon, Abdul, Abel, Abelardo, Abigail, Abimael, Abinadabe, Abner.  Nomes brasileiros: Abenilda, Abenildo, Abenilson, Abenilton, Abenir, Abenor, Abilene, Abnaldo, Abson.  Nota: Acerca do formativo abd-, Machado o apresenta como entrada em cujo verbete comenta que se trata de um elemento muito comum na formação de antropônimos árabes, os quais não estariam mais em uso no português da época. Contudo, no Brasil, muitos deles, como Abdias, ainda encontram registro, fato talvez relacionável à imigração sírio-libanesa.

m. e f. ► De origem germânica athal > adal, ‘nobre’ ou splinter a partir de prenomes tradicionais. Nomes tradicionais: Adalberto, Adalfredo, Adalgiza, Adalmir. Nomes brasileiros: Adaelson, Adaelton, Adaiane, Adailma, Adailson, Adailton, Adailza, Adaine, Adalgilson, Adaline, Adalson, Adalzira, Adalete, Adalene, Adalvan.

m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes tradicionais como Aderbal; talvez tenha relação com os formativos ADAL-, ADEL-. Nomes tradicionais:  Aderbal, Aderico, Adevaldo, Aderaldo, Adir, Adirson, Admar, Admário. Nomes brasileiros: Admari, Admilson, Adnilton, Adnailton, Adenilson, Adenice, Adenilde, Adevania, Adielson, Adilan, Adivan. Nota: Machado diz, acerca do nome Admilson, que ocorre no Brasil e que provavelmente se trata de uma formação analógica com base em nomes apelativos ingleses.

m. e f. ► De origem germânica athal, ant. alto al. adal ‘nobre’, al. mod. edel. Nomes tradicionais: Adelaide, Adelelmo, Adelmiro, Adélia, Adelina, Adelino, Adélio, Adelmar, Adeltrudes. Nomes brasileiros: Adelci, Adelana, Adelniza, Adelene, Adelson, Adelvan. Nota1: Para alguns nomes brasileiros se processa a aférese (supressão) do A-Délia, Delmiro, Delci, Deleni, Delma, Delsilene e Delson. Nota2: Em Nascentes (1952) o fenômeno já se faz notar em Delmiro, sobre o qual se lê “forma aferética de Adelmiro, do germânico adel, nobre, al. mod. edel”.

m. e f. Splinter de prenomes como Adriano. Nomes tradicionais: Adriana, Adriana, Adrião. Nomes brasileiros: Adirel, Adriele, Adrielen, Adrielson, Adrielinson, Adrine, Adrinéia, Adrinei, Adrivan. 

m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes tradicionais como Alcione. Nomes tradicionais: Alceu, Alcíades, Alcibiádes, Alcina, Alcino, Alcione. Nomes brasileiros: Alciane, Alciele, Alciene, Alcimara, Alcineia, Alcineide, Alcinei, Alcionir, Alcival, Alcivan.

f. ◄ Origem incerta. Provavelmente feminino de –aldo, -baldo, -naldo, -valdo que, por sua vez, podem ter variadas origens no germânico (ver -aldo).  Nomes tradicionais: Alda, Geralda, Mafalda, Ubalda. Nomes brasileiros: Celinalda, Celivalda, Civalda, Isalda, Lucialda, Lucivalda, Lucinalda, Josialda, Josinalda, Josivalda, Jucinalda, Jucivalda, Marialda, Marivalda, Marinalda, Meirevalda, Miralda, Nivalda, Rosalda, Renalda, Rosinalda, Rosivalda.

m. ◄ De origem germânica walt/wald, ‘aquele que governa’; ou de origem germânica hard/hart, ‘forte’; ou de origem germânica balths, ou do antigo alto alemão bald, ‘audaz, ousado’; ou de origem germânica old, ´velho’. Nomes tradicionais: Adevaldo, Aguinaldo, Arnaldo, Beraldo, Bernaldo, Clodoaldo, Euvaldo, Evaldo, Geraldo, Giraldo, Heraldo, Osvaldo, Reginaldo, Reinaldo, Teobaldo, Ubaldo, Vivaldo. Nomes brasileiros: Aderbaldo, Ederaldo, Edinaldo, Elivaldo, Enaldo, Erisvaldo, Florisvaldo, Francinaldo, Lenivaldo, Luzivaldo, Miraldo, Nivaldo, Reivaldo, Rosaldo, Rosinaldo, Serivaldo, Zenaldo. Nota: O Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, Machado (1981) já aponta para o potencial neológico destes formativos em entradas como Givaldo e Marivaldo. Acerca de Givaldo, afirma: “Creio que formado arbitrariamente” (MACHADO, 2003, p. 718) e sobre Marivaldo diz: “Adaptação do fr. Marival?” (MACHADO, 2003, p. 950).

f. ◄ Talvez do latim alba, feminino de albus, ‘branca, clara’. Nomes tradicionais: Alva, Dalva, Marialva Nomes brasileiros: Alinalva, Ednalva, Francidalva, Lucialva, Lucidalva, Lucinalva, Maridalva, Marinalva, Raidalva, Renalva, Valdinalva. Nota1: Em Machado, Marialva aparece registrado como topônimo; segundo o IBGE, seus primeiros registros no Brasil são de datas anteriores à década de 1930, isso aponta para sua atuação como o modelo, ou pelo menos um dos modelos que permitiu a construção de novos prenomes com esse formativo. Nota2: É possível encontrar duas das variantes destes elementos ocupando a margem direita: Alvanete, Alvanice, Dalvanete, Dalvanice. Não foram identificadas construções com Nalva em primeira posição.

f. ◄ Do latim –ana, feminino de –anu, ‘originário de, pertencente a’. Nomes tradicionais: Adriana, Bibiana, Cristiana, Damiana, Eliana, Fabiana, Joana, Juliana, Luciana, Mariana, Oriana, Poliana, Sebastiana. Nomes brasileiros: Adelana, Clebiana,Cleidiana, Daliana, Ediana, Franciana, Graciliana, Jaciana, Jociana, Juciana, Leidiana, Luiziana, Merciana, Nadiana, Nilzana, Queliana, Rutiana, Weliana. Nota: Esse é certamente um dos formativos mais produtivos da língua portuguesa, tanto entre formas herdadas (tradicionais) quanto entre os prenomes inovadores. A observação dos usos leva a considerar se há ou haverá uma variante –iana.

f. ◄ Do francês –anne, língua em que já se comporta como um formativo antroponímico. Nomes tradicionais: Adriane, Cristiane, Jeane, Liane, Mariane, Viviane. Nomes brasileiros:  Aiane, Aliane, Deisiane, Geisiane, Juciane, Juliane, Leidiane, Luciane, Marciane, Nadiane, Taiane.   Nota1:  A ocorrência de prenomes brasileiros grafados com dois NN, bem como a duplicação de outras consoantes, não parece ser um traço culto, de preservação da forma etimológica, ainda que esse aspecto pudesse se apresentar em registros anteriores à segunda metade do século XX, a duplicação de letras é mais frequente entre falantes não cultos. Nota2:  Ao que tudo indica, este formativo alcançou maior popularidade a partir da década de 1950 e hoje parece suplantar o seu correspondente latino -ana.

m. ◄ Do latim –anu, ‘originário de, pertencente a’. Nomes tradicionais: Adriano, Albano, Aureliana, Cassiano, Damiano, Emiliano, Floriano, Herculano, Juliano, Marciano, Mariano, Maximiliano, Otaviano, Salviano, Silviano, Urbano. Nomes Brasileiros: Adelano, Apoliano, Ceciliano, Daciano, Delano, Ediano, Flaviano, Heliano, Josano, Juciano. Nota: Este formativo parece ter baixa frequência de uso, sobretudo se comparado com seu correspondente feminino, -ana.

f. ◄. Provavelmente splinter retirado de prenomes tradicionais como Jussara. Nomes Tradicionais: Cinara, Chiara, Ionara, Jaciara, Jussara, Maiara, Naiara, Samara, Tainara. Nomes brasileiros: Adriara, Diara, Fabiara, Geniara, Leidiara, Lindara, Luara, Jandiara, Josiara, Juciara, Luciara, Mariara, Nuara, Suara, Tiara. Nota: É importante destacar que, embora este possa parecer um formativo de origem indígena, é possível identificar que os prenomes tradicionais dos quais esse formativo provavelmente foi depreendido possuem origens diversas, como Jussara e Jaciara, do tupi; Cinara, do grego; Chiara, do italiano; Naiara do basco e Ionara do hebraico.

m.◄ De origem germânica berg, ‘montanha’. Nomes tradicionais: Gutemberg, Lindberg, Lindemberg, Nomes brasileiros: Ivanberg, Franciberg, Jhosemberg, Rosembergue, Valberg. Nota: em NASCENTES [1952] encontramos o prenome feminino Idaberga que não aparece registrado entre os nomes brasileiros segundo o IBGE.

m.◄ De origem germânica berth, ‘brilhante ilustre, ilustre por sua nobreza’. Nomes tradicionais: Alberto, Adalberto, Ariberto, Berto, Dagoberto, Edelberto, Egberto, Felisberto, Gilberto, Gualberto, Hildeberto, Humberto, Norberto, Roberto. Nomes brasileiros: Adilberto, Agilberto, Elisberto, Joberto, Joseberto, Josiberto, Juberto, Lauriberto, Mariberto, Nalberto, Nilberto, Roseberto, Rosiberto, Valberto, Vanberto, Vilberto. Nota: um grande número desses nomes brasileiros surge nos registros na década de 1940 e se populariza nas décadas de 1960 e 1970. O correspondente feminino desse formativo (-berta), embora apresente registros de alguns nomes tradicionais, como: Alberta, Berta, Felisberta, Gilberta, Norberta, Roberta, não parece ser tão produtivo para a inovação.

m. e f. ► Provavelmente do hipocorístico de nomes como Cristina. Nomes tradicionais: Cristina, Cristine, Cristino, Cristiana, Cristiano, Cristiniano, Cristóforo, Cristóvão. Nomes brasileiros: Crisane, Crisânia, Crilândia, Crisleide, Crislene, Crisneide, Crismário, Crismara, Crisnaldo, Crisnei, Crisvaldo, Crisvania.

 m. e f. ►Do latim Cristo, este do grego Khristós, ‘ungido’. Nomes tradicionais:  Cristina, Cristine, Cristino, Cristiana, Cristiano, Cristiniano, Cristóforo, Cristóvão. Nomes brasileiros: Cristaldo, Cristiel, Cristiela, Cristiele, Cristielen, Cristielson, Cristilene, Cristivania.

m. e f. Splinter de prenomes como Daniel ou Dalnilo. Nomes tradicionais: Daniel, Daniela, Daniele, Danila, Danilo. Nomes brasileiro: Daniclei, Dinielen, Danielson, Danielton, Danielza, Danilza, Danilane, Danileide, Danilene,  Danilson, Danival, Danivan. 

m. e f. ►Origem incerta, talvez splinter de nomes tradicionais como Dejanira. Nomes tradicionais: Djalma e Dejanira. Nomes brasileiros: Dejair, Dejaci, Dejaime, Dejalmir, Dejalva, Dejamir, Dejamira, Dejavan, Dijair, Dijaci, Dijalmir, Dijalva, Dijamir, Dijamira, Dijavan, Djair, Djaci, Djacira, Djalmir, Djamir, Djamira, Djani, Djanir, Djavan. Nota: Nos principais dicionários de referência, são poucos os nomes que poderiam servir como modelo para os brasileirismos; apenas em Machado aparece outro prenome: Dejazete, que segundo o autor, se ouve no Brasil e que seria homenagem à atriz francesa Virginie Déjazet, no entanto esse prenome não apresenta registro no IBGE. Por sua vez, os dois nomes tradicionais, apontados acima, oferecem, desde antes de 1930, significativa difusão no país: Dejanira possui 19.011 registros até 2010; já Djalma é ainda mais popular, com 31.820 registros.

m. e f. ◄Certamente splinter retirado do prenome Vanderley, esse, por sua vez, origina-se, no Brasil, a partir do apelativo holandês von der Ley, ‘das ardósias’. Nome tradicional: Vanderlei, Vanderli.  Nomes Brasileiros: Aderlei, Aderli, Clauderlei, Ederlei, Iderlei, Iderli, Gilderlei, Landerlei, Oderlei, Oderli. Nota: Segundo Guérios e Machado, von der Ley, que passa a van der Lei e esse a Vanderleiem origem no século XVII, com a presença holandesa em Pernambuco. Guérios (p.246) traz a informação acerca de um coronel da cavalaria Holandesa, Kasper von der Lei, que, servindo no Brasil, se converteu ao catolicismo, casando-se como Maria de Melo, com a qual teve os seguintes descendentes: João Maurício Wanderley, Manoel Gomes Wanderley, Gaspar de Wanderley e Adriana de Almeida Wanderley. Por volta de 1930 deriva-se o prenome Vanderli, que tem se prestado a ambos os gêneros (5.407 registros femininos e 6.851 registros masculinos). Essa variação de gênero é mais acentuada nos prenomes que usam o formativo -derli.

m. e f. ► Do germ. anglo-saxônico ead, ‘riqueza, bens’. Nomes tradicionais: Edelberto, Edgar, Edite, Edmar, Edmundo, Edna, Eduardo e Eduarda. Nomes brasileiros: Edclea, Edeilice, Ediana, Edijane, Edilaine, Edileide, Edilene, Edilla, Edineia, Edinha, Edirlaine, Edjane, Edmara, Edmildes, Edneia, Edvania, Edcleiton, Edemario, Edenildo, Edenilton, Ederaldo, Ederval, Edilberto, Edinaldo, Edinho, Edmagno, Edmario, Edmilson, Edmir, Ednaldo, Ednei, Ednildo, Edvaldo, Edevaldo. Nota: A epêntese das vogais <e> e <i> segue os padrões fonológicos do português, uma vez que não há realização da consoante /d/ muda, assim, mesmo quando a grafia do nome não apresenta uma dessas vogais, a sua realização na fala é natural.

m. e f. ► De origem germânica athal, antigo alto alemão adal, ‘nobre’, alemão moderno edel. Nomes tradicionais: Edelberto, Edelfrida, Edelmiro, Edeltrudes. Nomes brasileiros: Edelci, Edelcir, Edelana, Edelene, Edelmara, Edelmário, Edelson, Edelvan, Edelvania.

m.◄ Do hebraico el, ‘Deus’. Nomes tradicionais: Abel, Ariel, Daniel, Emanuel, Ezequiel, Gabriel, Ismael, Israel, Manuel, Miguel, Natanael, Noel, Rafael, Samuel, Uriel. Nomes brasileiros: Abiel, Andrel, Aniel, Carliel, Fael, Franciel, Janiel, Josiel, Juciel, Mariel, Riel, Rivael, Rudiel. Nota: Pelo fato dos nomes tradicionais no Brasil terem íntima relação com o cristianismo, em especial, com personagens bíblicos, seus significados são frequentemente recuperados. Isso implica que muitas vezes, nomes terminados em –el que não sejam de origem hebraica, como Gael, ‘celta’, são confundidos com nomes bíblicos.

f. ◄ Do italiano -ella afixo diminutivo (por ex.: Graziella) ou, mais frequente, de uma forma feminina para o formativo -el (por ex.: Manuela). Nomes tradicionais: Antonela, Brunela, Graziela, Mariela, Ariela, Daniela, Emanuela, Gabriela, Manuela, Micaela, Rafaela. Nomes brasileiros: Adriela, Ediela, Luciela, Juciela, Roniela. Nota: Pode-se dizer que este formativo seria a variante de uso culto, enquanto a forma de origem francesa, –ele, seria a popular, uma vez que essa última apresenta muito maior frequência entre os prenomes inovadores brasileiros que aquela; tome-se como exemplo os casos de Ediela (22 registros) e Ediele (1.177 registros).

f. ◄ Do francês –elle, que, por sua vez, tem origem no diminutivo italiano –ella e no feminino do formativo -el. Nomes tradicionais: Adriele, Cibele, Daniele, Gabriele, Graziele, Izabele, Michele. Nomes brasileiros: Adiele, Ediele, Eliele, Fabiele, Franciele, Josiele, Juciele, Luciele, Mariele, Rosele. Nota: Devido ao amplo espectro de popularidade que esse formativo atingiu no Brasil, é possível admitir que praticamente qualquer nome em que ele se apresente poderá ter registros com as diferentes variantes gráficas, por exemplo: Fabiele, Fabieli, Fabiely, Fabielle, Fabielle, Fabielly.

m. e f. ► Origem duvidosa. Machado menciona o prenome Eli, ligado ao antropônimo bíblico, com origem na abreviatura de Eliel, ‘Deus (é) alto’ . Talvez seja essa a origem do formativo, já que no Brasil existem, ao menos, 44.081 registros, com primeiras aparições anteriores a 1930. A essa origem pode convergir um splinter retirado de nomes tradicionais como Eliane, Eliete, Eliezer. Nomes tradicionais: Eliana, Elias, Eliete, Elizete, Eliezer, Elio, Elis. Nomes brasileiros: Elielson, Elielton, Elielza, Eliene, Elierson, Elilandia, Elilane, Elilene, Elimar, Elimara, Elimari, Elimário, Elison, Elivaldo, Elivan.

f. ◄ Forma feminina derivada do formativo masculino -elmo, esse de origem germânica. hilms, alemão moderno helm ‘elmo, proteção’. Nomes tradicionais:  Anselmo, Adelelmo, Adelmo. Nomes brasileiros: Adielma, Edielma, Arielma, Gracielma, Giselma, Joselma, Jucielma, Julielma, Lucielma, Marielma, Raquelma, Rogelma, Roselma, Rosielma, Rosinelma.

m. ◄ Do inglês Elson e provavelmente splinter retirado do prenome Nelson, esse do inglês Nelson ‘filho de Nell’. (-son, ‘filho de’ Nomes tradicionais: Idelson, Joelson, Nelson. Nomes brasileiros: Adaelson, Adielson, Carlielson, Danielson, Edielson, Francielson, Jucielson, Julielson, Lucielson, Marielson, Micaelson, Ranielson, Renielson, Vanelson. Nota1: Acerca da origem do prenome Nell, Reaney e Wilson (1991, p.2322) afirmam que “O nome foi levado para a Islândia pelos escandinavos como Njáll, levado para a Noruega, depois para a França e trazido para a Inglaterra pelos normandos. Também foi introduzido diretamente no noroeste da Inglaterra e Yorkshire pelos noruegueses da Irlanda. Geralmente era latinizado como Nigellus por meio de uma associação incorreta com “preto” do níger. Neil e Nigel agora são principalmente escoceses.” Nota2: O prenome Abelson apresenta 83 registros no Brasil, exclusivamente datados da década de 1980, infelizmente o IBGE não informa as UF em que ocorre. Reaney e Wilson (1991) informam a existência de Abelson como sobrenome inglês, disso decorre a impossibilidade de saber se estamos diante de um brasileirismo (Abel + -son) ou de um empréstimo. O mesmo se pode dizer de Michelson e Nielson.

m.◄ Do sobrenome inglês Elton. Nomes tradicionais: Elton, Welton. Nomes brasileiros: Francielton, Jaelton, Joelton, Jucielton, Lucielton, Maelton, Naelton, Raelton, Ranielton, Ronielton. Nota: Segundo Machado, Elton é um nome usado no Brasil, em homenagem ao viajante inglês James Frediric Elton. Segundo o IBGE, os primeiros registros datam de antes de 1930, havendo até 2010 71.987 registros.

f. ◄ Provavelmente de origem germânica Elsa, Else, diminutivo de Elisabeth, esse do hebraico Elischeba, ‘juramento de Deus’. Nomes tradicionais: Elza, Ilza. Nomes brasileiros: Anilze, Dailze, Deilza, Gilza, Jailza, Joelza, Joilza, Marinilze, Nailza, Nailze, Railza, Railze, Valdeilza, Vandeilza, Vandeilze.

f. ◄ Provavelmente do francês -enne ou splinter de nomes como Irene, Marlene. Nomes tradicionais: Arlene, Irene, Luciene, Marilene, Marlene. Nomes brasileiros: Adiene, Darlene, Dulcilene, Ediene, Graciene, Jacilene, Jocilene, Josiene, Jucilene, Rosiene, Rosilene.

m. ◄ Provavelmente splinter retirado de prenomes do inglês como Jefferson, ‘filho de Jeff’. Nomes tradicionais: Anderson, Emerson, Henderson, Jeferson, Sanderson. Nomes brasileiros: Cleverson, Deiverson, Demerson, Deverson, Djanderson, Enderson, Esteferson, Jeanderson, Jenerson, Ueberson, Ueverson, Vanderson.

f. ◄ Do latim -eta, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Antonieta, Henriqueta, Julieta, Marieta, Violeta. Nomes brasileiros: Arieta, Elieta, Lucieta. Nota: Assim como ocorre com os formativos -ana e -ane, o formativo –eta apresenta um grau de produtividade muito inferior ao seu correspondente de origem francesa -ete.

f. ◄Do francês –ette, esse do latim -eta, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Bernadete, Claudete, Eliete, Elisete, Georgete, Ivonete, Juliete, Margarete, Mariete, Rosete, Salete. Nomes brasileiros: Claudinete, Dulcinete, Edinete, Elzinete, Florisete, Francinete, Gilvanete, Ivanete, Josete, Josinete, Lizete, Lucinete, Lusinete, Marilete, Marinete, Marisete, Nalzete, Nilzete, Risonete, Valdete, Valdinete, Zildete.

m. e f. ►De origem germânica frank– ‘franco’. Nomes tradicionais: Francisca, Francisco, Francelia, Francelio, Francelina e Francelino. Nomes brasileiros: Franceilma, Franciane, Franciela, Franciele, Francielia, Francila, Francileide, Francilene, Francilia, Francimara, Francine, Francineia, Francinete, Francislaine, Francislene, Francielio, Francilio, Francinaldo, Francinei, Francivaldo, Francisclei, Francisnaldo, Francisval, Francisvan, Francisvaldo, Francislai. Nota: Sobre Francelio, Nascentes [1952] afirma: “Nome poético (Francélio Vouguense), usado por Franscisco Joaquim Bingre (poeta português, 1763-1856), formado com a substituição do sufixo -isco pelo elemento, de origem antroponímica(?), –elio.”

m. e f. ► De origem germânica gari-/geri- ‘lança’. Nomes tradicionais: Geralda, Geraldina, Geraldino, Gerardo, Gerberto, Gerda, Gertrudes, Gervásia, Gervásio. Nomes brasileiros: Gerdeson, Geriel, Gerlis, Germi, Germir, Gernei, Gernir, Gerval, Gerlane, Gerliane, Gerline. Nota: por conta da homofonia dos grafemas <g> (diante de <e> e <i>) e <j>, muitos desses nomes encontram variante gráfica português com a letra <j>, por exemplo: Jerlane, Jerval, Jerlan etc.

m. e f. ► Origem incerta. Talvez splinter de prenomes como Gilberto. Nomes tradicionais: Gilberto, Gilberta, Gilda, Gildardo, Gildasio, Gildo. Nomes brasileiros: Gildan, Gilderson, Gilmário, Gilvando, Gilce, Gilcimara, Gilcileide, Gilcleide, Gilmara, Gilneia, Gilse, Gilsie, Gilza, Gilcimar, Gilsimar. Nota1: Acerca do nome Gilberto, Machado (2003, p. 715) afirma: “Do fr. Gilbert, este de origem germânica, de gil-, radical de origem obscura (de gisil, ‹‹penhor››) […]”. Já Nascentes [1952, p. 125] afirma: “O livro Unsere Taufnamen tem gil por forma encurtada de gisal, do ant. alto al. e significando “refém” (al. mod. Geissel). Tetzner vê em gil um divergente de ger, ‘lança’, sendo Gilberto o mesmo que Gerberto. F. Khull, partindo do ant. alto al. Gilaberto, vê um tema gila, que coincide talvez com o irlandês gael (parentesco), através da raiz básica ghoil; neste caso, gil se relacionaria com o adjetivo geil (‘sadio, forte, exuberante’) e o substantivo norueguês gil (‘fermentação’)”. Nota2: Embora a origem seja incerta, vale apontar que o prenome Gil era bastante comum na antroponímia portuguesa nos séculos XV e XVI. Cite-se como exemplo Gil Eanes, navegador do século XV e ainda Gil Vicente, dramaturgo do século XVI.

f. ◄ Talvez splinter de prenomes como Cristiane. Nomes Tradicionais: Cristiane, Mariane, Viviane. Nomes brasileiros: Elidiane, Franciane, Gessiane, Gleiciane, Juciane, Lellyane, Lariane, Raiane, Rosiane, Silviane. Nota: Provavelmente esse splinter se dá porque muitos nomes com o formativo  -ane (do fr. –anne), apresentam uma vogal -i- como elemento fônico final do primeiro formativo antroponímico (Mari- + -ane) ou ainda como vogal de ligação que se incorpora ao primeiro formativo antroponímico (Crist- + -i- + -ane > Cristi- + -ane).

f. ◄ De origem germânica hild/hilde ‘combate’. Nomes tradicionais: Batilde, Brunilda, Cassilda, Clotilde, Cremilda, Hilda, Hermenegilda, Leonilda, Nilda, Ragnilda, Ronilda. Nomes brasileiros: Edmilde, Edmildes, Ivanilda, Ivanilde, Ivanildes, Josenilda, Josenilde, Josenildes, Nildes, Renilda e Roquildes.

m.◄ De origem germânica hild/hilde, ‘combate’.  Nomes tradicionais: Eremildo, Hildo, Leonildo. Nomes brasileiros: Amarildo, Adeildo, Edenildo, Evanildo, Francildo, Marildo, Wanildo. Nota: talvez o formativo –ildo tenha-se derivado do formativo –gildo, que se apresenta muito mais frequente entre os nomes tradicionais no Brasil.

f. ◄ Origem incerta. Talvez do prenome Ilma, prov. hipocorístico de Vilma, este bastante popular no Brasil, com mais de 144.000 registros, desde antes de 1930. A origem de Vilma é apontada como hipocorístico do germ. Wihelmine (Guilhermina). Nomes tradicionais: Ilma, Vilma. Nomes brasileiros: Adailma, Adeilma, Anailma, Elenilma, Franceilma, Joseilma, Odeilma, Railma, Rosinilma.

m.◄ Provavelmente splinter retirado de prenomes como Nilson e Wilsonstes originalmente patronímicos, do ingl. Nilson, ‘filho de Nill’ e Wilson, ‘filho de Will’. Nomes tradicionais: Nilson, Wilson. Nomes brasileiros: Adailson, Ademilson, Adilson, Alailson, Deilson, Denilson, Genilson, Edilson, Evanilson, Francenilson, Jailson, Joilson, Mailson, Nailson, Natailson, Renilson, Vandeilson. Nota: Observa-se que praticamente todos os prenomes com o formativo –ilson possuem correspondentes com o formativo -ilton.

m. ◄ Provavelmente splinter retirado de prenomes como Milton. Nomes tradicionais: Hamilton, Milton, Nilton, Wilton. Nomes brasileiros: Adailton, Adilton, Edeilton, Edilton, Evanilton, Francenilton, Jailton, Joilton, Mailton, Nailton, Railton, Renilton, Vandenilton.

f. ◄ Origem incerta. Talvez do prenome Ilza, que, segundo Guérios, pode ter duas origens: primeiro, no germ. Ilsa, ‘ninfa, ondina’; segundo, também do germ. Else, hipocorístico de Elisabete. Nomes tradicionais: Ilza. Nomes brasileiros: Adailza, Dailza, Edeilza, Francilza, Genilza, Helenilza, Jailza, Joilza, Laílza, Maílza, Marinilza, Nailza, Railza, Vanilza, Valdilza.

f. ◄ Do latim –ina, afixo diminutivo.  Nomes tradicionais: Carminha, Joaninha, Marinha, Terezinha, Santinha. Nomes brasileiros: Carlinha, Clarinha, Edinha, Gracinha, Julinha, Lindinha, Lucinha, Marcinha, Mirinha, Valdinha. Nota1: Nos nomes comuns, formas do diminutivo se apresentam frequentemente também com o formativo –zinha. Parece que nos antropônimos esse elemento é menos recorrente, mas encontramos alguns casos, como Mariazinha, presente desde a década de 1930 no Brasil, com um total de 1.058 registros até 2010. Nota2: É possível admitir que qualquer prenome em uso no Brasil possa receber o afixo -inha a fim de gerar uma forma afetiva de denominação, ou seja, um hipocorístico; no entanto, alguns desses hipocorísticos têm sido empregados como prenomes oficiais.

m.◄ Do latim –ino, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Agostinho, Marinho, Martinho. Nomes brasileiros: Carlinhos, Dilsinho, Edinho, Julinho, Luizinho, Marcinho, Mirinho, Vadinho.  Nota: Nos nomes comuns, assim como no feminino, formas do diminutivo podem ser construídas com o formativo -zinho. Em prenomes brasileiros esse formativo tem baixa frequência, por exemplo: Jairzinho, Manezinho, Zezinho.

f. ◄ Do latim –ina, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Aurelina, Blandina, Clarina, Cristina, Dulcina, Evelina, Lucina, Regina, Valentina. Nomes brasileiros: Adalvina, Amandina, Edvaldina, Francelina, Joicelina, Lucilina, Marilina, Raquelina, Sandrina. Nota: Os nomes brasileiros aparecem com frequência na década de 1930, demonstrando que esse foi um dos formativos mais aceitos no início da abertura para a inovação do sistema antroponímico brasileiro. Observe-se que se associa com mais recorrência a prenomes tradicionais e não a outros formativos que servem à inovação.

f. ◄ Do francês –ine, este do latim –ina, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Aline, Caroline, Carline, Caterine, Eveline, Francine, Janine, Jaqueline, Yasmine. Nomes brasileiros: Adine, Josine, Ladine, Marcine, Marine, Valine.

m.◄ Do latim –ino, afixo diminutivo. Nomes tradicionais: Adelino, Afonsino, Albertino, Bernardino, Celestino, Diamantino, Durvalino, Faustino, Jovelino, Laurentino, Marcelino, Rivelino, Vitorino. Nomes brasileiros: Adino, Arnaldino, Carlino, Edelino, Edino, Flavino, Gilbertino. Nota: Esse formativo parece apresentar maior produtividade que seu correspondente feminino, seja entre os prenomes tradicionais, seja entre os inovadores.

 f. ◄ Provavelmente splinter retirado de prenomes como Luisa/Luiza. Nomes tradicionais: Elisa/Eliza, Heloísa/Heloiza, Luisa/Luiza, Marisa/Mariza. Nomes brasileiros: AdeísaAdelisa, Anaísa, Andreísa, Jaísa, Maraísa, Mariniza, Naía, Ra[isa, Valdiza, Vanisa.

 f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes como Isabel/ Izabel. Nomes tradicionais: Isabel, Isabela, Isabele, Isadora, Isaura. Nomes brasileiros: Isabete, Isalene, Isaline, Isamar, Isamaria, Isanara, Isaquele. Nota1: Embora seja um formativo da margem esquerda que comumente se prestam a formar nomes de ambos os gêneros, é patente a tendência à formação de nomes femininos neste caso, talvez por influência dos nomes que serviram à depreensão do splinter. Contudo, não é possível determinar que esse seja um comportamento categórico. Existem casos como o de Isavan com 31 registros no Brasil, em que 30 são masculinos e apenas um é feminino.

. m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes como Jacira, sendo Jaci- provavelmente do tupi ya’sü, ‘lua’. Nomes tradicionais: Jaciara, Jacir, Jacira. Nomes brasileiros: Jacicleide, Jaciene, Jaciete, Jacileide, Jacilene, Jacilma, Jacimara, Jacinara, Jacivalda, Jacinaldo, Jacivaldo, Jacivan.

m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes como Jéssica, este do hebraico Yiskah.  Nomes tradicionais: Jéssica.  Nomes brasileiros: Jessicleide, Jeciene, Jessiete, Jecileide, Jessilene, Jessilma, Jessimara, Jessinara, Jessivalda, Jessinaldo, Jessivaldo, Jessivan.

  m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes tradicionais como José, e João. Nomes tradicionais: Jó, Joabe, Joana, João, Joaquim, Joel, Jonas, José, Josias, Josué, Nomes brasileiros: Joaleide, Joene, Jolene, Jocilene, Jovania, Joadson, Joanderson, Joelinton, Joelson, Joilson, Jomario, Joney, Jonilson, Jonilton, Jonaldo, Jovaldo.

  m. e f. ►Origem incerta. O prenome mais antigo e dicionarizado encontrado foi Josimar, Provavelmente variante de Josemar, que Guérios considera ser um composto de José e abrv. de Maria. Nomes tradicionais: Josemar, Joseane, Josimar. Nomes brasileiros: Josiana, Josiene, Josileide, Josilene, Josimara, Josinete, Josivania, Josivalda, Josielson, Josielinton, Josimario, Josivaldo, Josivan. Nota: Talvez devam-se considerar as variantes JOSE-/JOZE-, levando-se em conta casos em que há o alteamento da pretônica /e/ > /i/; por exemplo, Joseane que pode ser pronunciado como [Ʒozi’ãnI].

m. e f. ►Origem incera. O prenome mais antigo e dicionarizado encontrado foi Juçara. Nomes tradicionais: Juçara. Nomes brasileiros: Juciara, Jucicleide, Juciene, Jucileide, Jucilene, Jucilei, Jucimara, Jucinara, Jucivalda, Jucimario, Jucilei, Jucinaldo, Jucivan. Nota1: Embora o prenome Juçara não apresente uma forma fonológica ligada explicitamente aos formativos, aventamos uma relação uma vez que este é o único prenome dicionarizado que apresenta os elementos inicias JUC-  em que o tem som de [s]. Nota2: o IBGE registra o prenome JUCI, de origem desconhecida, com os primeiros registros datados na década de 1930, com 46 ocorrências.

m. e f. ► Origem obscura, talvez splinter de prenomes como Alan (?). Nomes Tradicionais: Alan. Nomes brasileiros: Aderlan, Adilan, Airlan, Arlan, Berlan, Derlan, Girlan, Mailan, Railan, Reilan, Roaln, Uberlan,. 

 f.  ◄ Este formativo parece ter migrado dos nomes de topônimos, como Uberlândia (Minas Gerais), Inaciolândia (Goiás) e Teofilândia (Bahia), sendo De origem germânica land, ‘terra, nação, país’. Nomes tradicionais: (top.)Dinseylandia, Finlândia, Islândia, Uberlândia. Nomes brasileiros: Adelândia, Edilândia, Gilmelândia, Joselândia, Marilândia, Melandia, Roberlândia, Rosilândia Nota1: Alguns nomes originalmente empregados na toponímia possuem registro entre antropônimos no Brasil, por exemplo, Islândia (1.256 registros) e Uberlândia (512 registros). Nota2: Embora Marilândia esteja registrado no dicionário de Machado, ele indica tratar-se de uma criação usada no Brasil.  Os primeiros registros, segundo o IBGE, datam da década de 1950.

 m. ◄ De origem germânica land, ‘terra, nação, país’. Nomes tradicionais: Orlando, Rolando. Nomes brasileiros: Aderlando, Ariolando, Giorlando, Joselando, Marilando, Roberlando, Vanderlando, Berlândio, Ederlândio, Girlândio, Islândio, Jocelândio, Odacilândio, Odelândio, Ofelândio, Orlândio, Roberlândio, Uberlândio, Umberlândio, Virlândio, Zelândio. Nota: o formativo antroponímico -lando parece ter sido retirado diretamente de prenomes como Orlando, por sua vez, a forma -lândio parece ser a variante masculina, correspondente ao feminino -lândia, indicativos dessa análise são prenomes como: Girlândia X Girlândio; Islândia X Islândio; Roberlândia X Roberlândio; Zelândia X Zelândio.

 f. ◄ Origem incerta. Talvez do antropônimo inglês Lanie ou ainda talvez do francês -ane + consonate de ligação -l-. Nomes tradicionais: Não identificados. Nomes brasileiros: Edilane, Gislane, Jacilane, Josilane, Marcelane, Marilane, Valdilane.

 m. e f. ► De origem germânica lint, ‘protetor’. Nomes tradicionais: Lindeberto, Lindolfo. Nomes brasileiros: Lindara, Lindecleide, Lindejane, Lindelsom, Lindenor, Lindomar. Nota: Machado e Nascente indicam a presença do formativo lint- na formação de Lindeberto (lint, ‘protetor’ e berth ‘ brilhante, ilustre’) e de Lindolfo (lint, ‘protetor’ e wolf, ‘lobo’), e embora esses nomes possam ser responsáveis por alguns prenomes inovadores no português, nada garante que o formativo não tenha também origem no adjetivo lindo, linda, ou ainda em prenomes como Linda e Lindaura.

 m. e f. ◄ De origem germânica –lind, ‘serpente’. Nomes tradicionais: Arlindo, Deolindo, Ermelinda, Teolinda. Nomes brasileiros: Adelinda, Joselinda, Marlinda, Adelindo, Jolindo, Julindo. Nota1: Talvez o formativo tenha sido tomado do adjetivo lindo, linda, ou ainda do prenome Linda, nos casos dos nomes femininos, sendo este tomado do inglês. Nota2: Segundo Machado, o prenome Linda só comelou a ser usado no inglês séc. XIX, tendo como origem o ant. germânico -lindi ou -linda, sobre o qual informa ser um dos elementos mais comuns na formação de antropônimos femininos. Nota3: Machado (1981, p. 883) atesta, ainda, o prenome Lindamira sobre o qual considera:  “ Parece nome moderno. Formação a partir do adj. lindo com a parte final de nomes como Belimira, Delmira, Palmira, Zulmira, etc.”.

 m. e f.►Provavelmente splinter retirado de nomes como Lúcia/úcio. Nomes tradicionais: Lúcia, Luciana, Luciene, Luciete, Lucila, Lucilia, Lucina, Luciola, Lúcio, Lúciano, Lucilio. Nomes brasileiros: Lucialva, Lucicleide, Lucidalva, Luciele, Lucileide, Lucilene, Lucivalda, Lucivânia, Lucicarlos, Lucialdo, Lucieldo, Lucildo, Lucivaldo, Lucivan. 

  m. e f. ►Provavelmente splinter retirado do nome Ludmila. Nomes tradicionais: Ludimila/Ludmila. Nomes brasileiros: Ludiane, Ludilene, Ludileide, Ludinalva, Ludivalda, Ludimara, Ludimar, Ludivan.

 m. e f. ◄ Podem convergir, como origem desse formativo, três fontes: 1º) De origem germânica -mar ‘glória, fama, pessoa brilhante’, de onde o português herdou nomes tradicionais como: Adelmar, Ademar, Dagmar, Edmar, Guiomar, Hilmar, Oldemar, Osmar, Valdemar, Vilmar; 2º) é possível que seja um splinter de Maria, como supõe Guérios na formação de Josemar; 3º) é possível ainda que seja uma incorporação do substantivo mar, ‘oceano’, como ocorre com o prenome Solemar (sol e mar). Nomes brasileiros: Abelmar, Adilmar, Eliomar, Gilcimar, Gilmar, Gilsimar, Josemar, Lucimar, Lindomar, Neomar, Neumar, Zilmar. Nota: Este foi o formativo que apresentou maior variação quanto a possibilidade de ser usado na construção de prenomes de gênero masculino ou feminino. Podemos levantar a hipótese de que em alguns casos, o formativo da margem esquerda exerça alguma influência para que um dado prenome tenda a um gênero ou ao outro. Por exemplo: Josemar possui 29.258 registros associados ao gênero masculino e apenas 691 ao feminino, enquanto Lucimar possui 13.633 associado ao gênero masculino e 67.004 ao feminino, tendo José uma feição mais masculina e Luci mais feminina.

 f. ◄ Podem convergir, como origem deste formativoao menos, três fontes: 1º) de uma forma hipocorística de Maria; 2º) do hebr. marah, ‘amargura’; 3º) do tupi marã, ‘mal’. Nomes tradicionais: Mara. Nomes brasileiros: Ademara, Alcimara, Edmara, Gilmara, Josimara, Jucimara, Jumara, Lucimara, Nilmara, Rosimara, Simara, Vilmara.

 m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de nomes como Maria, Mariana, Marina. Nomes tradicionais: Maria, Mariana, Mariela, Marieta, Marilda, Marilene, Marília, Marina, Marinês, Marinete, Marisa, Marisabel, Maristela. Nomes brasileiros: Marialda, Maribela, Maricleide, Marideise, Marilândia, Marileide, Marivalda, Marialdo, Mariberto, Marielson, Marinilton, Marivaldo, Marivan.

 m. e f. ◄ Podem convergir, como origem deste formativo, ao menos três fontes: 1º) De origem germânica mir, “afamado, ilustre”,   que se apresenta em nomes herdados,  como Aldimir, Argemiro, Belmira, Belmiro, Clodomiro, Delmira, Delmiro, Palmira, Ramiro, Teodomiro, Valdomiro, Valmir, Zulmira; 2º) do ár. mir , ‘príncipe’, que se apresenta em nomes herdados, como Almir e Samir; 3º) do pol. mir, ‘paz’, cujo modelo herdado seria o prenome Casimiro/Casemiro, presente no Brasil desde antes de 1930. Nomes brasileiros: Aldemira, Amira, Jacimira, Lucimir, Lucimira, Luzamira, Remira, Rosemira, Valmira, Edelmiro, Odemir, Rosemiro, Valmiro.

m. e f. ◄ Do francês Ney, com algum uso no Brasil, segundo Machado (1981) seria homenagem ao marechal francês Miguel Ney; por sua vez, esse apelativo seria uma variante do al. neu, ‘novo’. Nomes tradicionais: Nei, Ney. Nomes brasileiros: Adnei, Alcinei, Cidnei, Claudiney, Ednei, Gilvaney, Glaucinei, Jorgenei Josinei, Luciney, Reginei, Robnei, Rodinei, Valdinei Nota:  A maioria dos nomes formados com este formativo predomina com em registros de gênero masculino, no entanto alguns fogem a essa regra, é o caso de Marinei, com 2.474 registros femininos e apenas 230 masculinos.

 f. ◄Talvez splinter retirado de prenomes como Dulcinéia ou talvez variante feminina associada ao formativo Ney. Nomes tradicionais: Dulcinéia. Nomes brasileiros: Adrineia, Alvinéia, Aurinéia, Cidnéia, Claudinéia, Edinéia, Gilvanéia, Glaucinéia, Lucinéia, Marinéia, Rosenéia, Rubinéia, Valdinéia, Vandinéia. Nota: Segundo Machado, o prenome Dulcinéia é uma criação de Miguel de Cervantes em Dom Quixote, a partir do prenome Dulce.

m. e f. ► Provavelmente splinter  retirado de prenomes como Raimundo; esse do francês Reymond, Rémond, que por sua vez tem origem germânica Regimund, que se forma a partir de regin ‘conselho’ e mund ‘proteção’. Nomes tradicionais: Raimunda, Raimundo, Rainaldo. Nomes brasileiros: Raiala, Raiana, Raidalva, Raiela, Raiele, Railaine, Raildes, Raimara, Rainara, Raiquele, Raianderson, Raildo, Railson, Railton, Rainan, Rainerio, Raivaldo. Nota: Raissa, do ár. rȧisȃ, ‘chefa, capitã’ aparece dicionarizado em Machado e pode ter-se somado a Raimundo e Raimunda para reforçar o modelo.

m. e f. ► Provavelmente splinter  retirado de prenomes como Regina, esse do latim Regina, ‘rainha’. Nomes tradicionais: Regimundo, Regina, Reginaldo, Régis. Nomes brasileiros: Regiana, Regiane, Regiene, Regiete, Regilane, Regilene, Regimara, Reginalva, Regivalda, Regilson, Regineil, Reginildo, Regival, Regivaldo, Regivan.

m. e f. ► Talvez splinter  retirado de prenomes como Renato/Renata. Nomes tradicionais: Rebeca, Remédios, Remilda, Renata, Renato. Nomes brasileiros: Realda, Reane, Rejane, Rejaine, Reliane, Remilda, Renailda, Renalva, Realdo, Realino, Relber, Relison, Relson, Remerson, Renaildon, Renildo, Renilson, Renilton. 

m. e f. ► Talvez splinter retirado de prenomes como Reinaldo. Nomes tradicionais: Reinalda, Reinaldo, Reinardo, Reinildo, Reinolfo, Reinulfo. Nomes brasileiros: Reidalva, Reilane, Reijane, Reinalva, Reinara, Reinilda, Reidson, Reinildo, Reinilson, Reinilton, Reisson, Reivaldo.

m. ◄  De origem germânica rik/rich, ‘senhor, príncipe’. Nomes tradicionais: Aderico, Alarico, Alberico, Alderico, Eurico, Frederico, Odorico, Teodorico, Uberico. Nomes brasileiros: Ederico, Joserico, Luderico, Roberico, Valderico.

  m. e f.► Talvez splinter retirado de prenomes como Roberto/Roberta. Nomes tradicionais: Roberta, Robertino, Roberto, Roberts. Nomes brasileiros: Robelia, Robenice, Robenil, Robenilda, Roberlandia, Roberlania, Robervania, Robevania, Robiane, Robenildo, Roberlan, Roberval, Robervan, Robervanio, Robinei, Robival, Robivan. Nota: Guérios egistra os prenomes Robervaldo e Roberval.

m. e f. Splinter de prenomes como Rosa ou Rose, este último do inglês Rose, ambos do latim rosae, ‘rosa’. Nomes tradicionais: Rosa, Rosabela, Rosalba, Rosalda, Rosália, Rosalina, Rosalinda, Rosana, Rosângela, Rosaira, Rosário, Rosaura, Rosely, Rosete, Rosiete, Rosilda, Rosimar, Rosalvo, Rosélio, Rosimundo. Nomes brasileiros: Rosaline, Rosamaria, Rosaneide, Rosanilda, Rosanilde, Rosanira, Rosebel, Rosecleia, Roselaine, Roseleide, Roselma, Roselmira, Rosemilda, Rosenaide, Rosenilda, Rosenilde, Rosenildes, Rosenira, Rosevania, Rosiclaudia, Rosicleia, Rosicleide, Rosiele, Rosielma, Rosiene, Rosilaine, Rosilandia, Rosileia, Rosileide, Rosimara, Rosimari, Rosinalda, Rosinalva, Rosinara, Rosineia, Rosineide, Rosineis, Rosinele, Rosivanda, Rosivania; Rosael, Rosalino, Roselio, Roselito, Rosemilton, Rosemir, Rosemiro, Rosenaldo, Rosenildo, Rosenilson, Rosenilton, Rosevan, Rosildo, Rosilei, Rosimar, Rosinaldo, Rosinei, Rosival, Rosivaldo.

 m. ◄ Do inglês –son, formativo patronímico, ‘filho de’. Nomes tradicionais: (empréstimos do inglês) Addison, Alison, Anderson, Edson, Emerson, Herrison, Jackson, Jefferson, Robertson. Nomes brasileiros: Adalson, Adeison, Akson, Aldson, Aleison, Claydson, Clebson, Ivison, Mackson, Ramison, Randson, Ronison, Talison.  Nota: Mesmo quando em posição intervocálica, o <s> que inicia o formativo apresenta o som de [s] e não [z] como esperado pelo padrão gráfico-fônico do português.

m. e f. ►  Talvez splinter de nomes como Valdemar. Nomes tradicionais: Valdemar, Valdomiro, Valfredo, Valfrido, Valmir, Valmiro, Valter. Nomes brasileiros: Valberto, Valcélia,Valcilia, Valdelia, Valdir, Valdir, Valine, Valmara, Valnei, Valnete.

m. e f. ◄ Origem incerta. Talvez como splinter retirado de nomes como Durval, Lourival. Nomes tradicionais: Durval, Florival, Genival, Lourival, Roberval. Nomes brasileiros: Ederval, Edival, Gerval, Josival, Julival, Lucival, Natival, Marival, Rudival, Sonival. Nota: Em Machado (1981), no verbete Lourival, aponta para uma típica criação arbitrária, de maior uso no Brasil. O que o autor entende como criações arbitrárias são justamente os prenomes criativos motivados por esquemas construcionais antroponímicos com muitos dos formativos aqui descritos.

VALDO-; VALD-  m. ►  Mais de uma origem etimológica foi atestada para este formativo. A primeira é balths, que significa “audaz” e aparece em antropônimos dicionarizados, como Valdemiro. Entretanto, também é possível observar uma definição ligada a outro étimo, o walt, que significa “poderoso”, como podemos observar nos prenomes Valfredo, Valfrido. Contudo, no antropônimo Valdemar, encontramos em Machado (1981) a informação de que Leite de Vasconcelos tirou do gótico waldan, ‘governar’, e Nunes, de walde, ‘senhor, soberano’. Nomes tradicionais: Valdemar, Valdomiro. Nomes brasileiros: Valderson, Valdeilson, Valdinei, Valdoilson, Valdonei.

 m. e f.  ► Algumas hipóteses para sua origem podem ser aventadas. Para Guérios van- é uma preposição neerlandesa (hol. e flamenga), que seguida de topônimo indica a origem, o lugar da habitação, e, excepcionalmente, serve como sinal de nobreza”. Já em Nascentes, a menção ao formativo aparece no verbete Vanda, no qual diz que Nunes considera hipocorístico de nomes germânicos começados por Van-, como Vandelgarda. Guérios o relaciona com os verbos alemães, weden, ‘voltar’, wandeln, ‘caminhar’, wanden. ‘peregrinar’ e interpreta como ‘(pequena) vândala’ ou  ‘andarilha’,  sendo Vanda a protetora dos peregrinos ou dos vândalos. Em Machado, as hipóteses aparecem relacionadas aos verbetes de nomes como Vamberto e Vanderlei. Em Vamberto, ele aventa a possibilidade de que seja uma criação arbitrária, isto é, um inovadorismo antroponímico, fruto da junção entre vam- e Berto, e diz que, embora aponte para a possível origem germânica de nome, admite que Vam- teria uma origem desconhecida. Sobre Vanderlei, aponta a origem para o holandês van der Ley, que seria um gentílico ‘da ardósia’. Talvez sua origem no Brasil seja como splinter de nomes tradicionais de origens diversas. Nomes tradicionais: Vamberto, Vanda, Vandelino, Vanderlei, Vanessa, Vânia, Vanilda, Vando, Vanio.  Nomes brasileiros: Vanete, Vanice, Vanilda, Vanilma, Vanilza, Vanira, Vanise, Vanaldo, Vandalto, Vandilson, Vanilson.

 m. e f.◄Origem duvidosa. Talvez seja um hipocorístico do formativo –vando, esse talvez variante do formativo -vandro, por sua vez, splinter de prenomes como Evandro. Talvez seja um splinter retirado de prenome tradicional como Ivan, este do russo Iwan ‘João’.  Nomes tradicionais: Ivan. Nomes brasileiros: Advan, Adelvan, Denivan, Djavan, Elivan, Josivan, Lucivan, Marivan, Nativan, Renivan, Ronivan, Robervan.

m. e f. ► Provavelmente splinter retirado de prenomes tradicionais oriundos do inglês, nos quais se apresenta como um elemento do gót. wilja, ‘vontade’. Nomes tradicionais: William, Willow, Wilker, Wilma, Wilson, Wilton. Nomes brasileiros: Wilberto, Wiliane, Wiliel, Wiliene, Wilimar, Wilmara, Wilivan.  Nota: No Brasil, é bastante variável a pronúncia deste formativo, podendo tratar-se de uma realização com consoante plena, Wilmara [viw’marɐ], ou com semivogal [wiw’marɐ]. Em face disso, é possível encontrar as grafias VIL- e UIL- para quase todos os prenomes com este formativo, tradicionais ou inovadores (por exemplo: Wilson/Vilson/Uilson e Wilneide/Vilneide/Uilneide).